O acontecimento que mudou completamente a vida do casal OSHIRO foi o incêndio provocado pelo tumulto dos anti-japoneses em 1942, momento em que perderam todos os bens que haviam construído até então. "Não tenho mais forças para recomeçar" foram as palavras que Koki teria deixado escapar a Kamé. Desiludido, pode ser que ele tenha se dedicado ao SHINDO RENMEI por considerar a vitória japonesa como sua última esperança. Koki teve a visão acometida, Kamé e sua filha Yoshiko cuidaram do sustento da casa, mas pouco tempo depois Yoshiko falece ainda jovem. E o casal OSHIRO passa a levar uma vida pacata novamente em Dourados, localizada ao sul de Campo Grande. O casal OSHIRO teve 13 filhos, mas o único que sobreviveu foi o Yoshinori, o último a nascer.
Mesmo com as dificuldades, o casal mandou dinheiro a Okinawa algumas vezes e como Kamé sabia escrever, por ter terminado o ginásio, mandava cartas a Okinawa. Nas cartas, ela não escrevia sobre sua difícil situação e parece que só há registro de textos que demonstravam preocupação em relação a seus parentes em Okinawa. Hatsu, sua sobrinha que reside em Okinawa, lembrava de um poema escrito numa carta de Kamé.
Na entrevista que Kamé concedeu aos seus oitenta e poucos anos "Não consigo esquecer de meu pai chorando quando veio se despedir de mim no porto de Naha " relembra. Tendo contribuído à comunidade da associação okinawana do Brasil, era admirada por muitos okinawanos e faleceu aos 92 anos no dia 24 de janeiro de 1983 sem poder realizar seu sonho de retornar a Okinawa.